domingo, 17 de outubro de 2010

Polícia Federal elimina, por fraude, 45 candidatos ao cargo de agente




A Polícia Federal (PF) divulgou na última quarta-feira, dia 13, edital com a eliminação de 45 candidatos que fraudaram o concurso para agente da corporação, cujas provas foram aplicadas em setembro do ano passado. De acordo com a Coordenação de Recrutamento e Seleção da PF, os candidatos foram excluídos por terem tido acesso privilegiado ao gabarito das provas. Todos eles já haviam sido indiciados em função das investigações da Operação Tormenta, que no último mês de junho desarticulou uma quadrilha que atuava fraudando concursos.

Ainda segundo a coordenação, os candidatos já haviam sido eliminados em etapas anteriores do concurso, no entanto, a exclusão em função da fraude impede que eles tentem na Justiça reverter a eliminação pelo motivo anterior. Um dos eliminados já contava inclusive com decisão judicial para participar do próximo curso de formação. Ele havia sido considerado não recomendado na avaliação psicológica.
Apesar disso, esses candidatos podem recorrer da eliminação até as 17h da próxima segunda-feira, dia 18. O recurso deverá ser protocolado pessoalmente na Superintendência da PF do estado em que o candidato reside ou na Coordenação de Recursos Humanos da Delegacia de Polícia Federal mais próxima de sua residência.

Investigações - O presidente do inquérito da Operação Tormenta, delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, informou que todos os 45 eliminados nessa oportunidade já estão sendo processados na Justiça Federal, em Santos. "Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal e a denúncia foi aceita há cerca de um mês e meio.
Então, além de serem excluídos na esfera administrativa, eles estão respondendo agora a processo criminal", explicou o delegado, acrescentando que os candidatos fraudadores irão responder por estelionato, receptação e, alguns, por formação de quadrilha. As penas podem variar entre um a cinco anos de reclusão.
O delegado afirmou que as investigações devem ser concluídas até dezembro, mas que nas próximas duas semanas já devem ser finalizados os casos relacionados a concursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Nesse caso, há até mesmo o envolvimento de candidatos que tomaram posse nos cargos a que concorreram. "Eles estão em atividade. Estamos esperando a conclusão do inquérito para pedir o afastamento", adiantou ele.
O responsável pelas investigações lembrou que a PF desenvolveu uma tecnologia específica para a investigação de concursos públicos e informou que logo após a Operação Tormenta ter sido deflagrada foi feita uma auditoria em todos os concursos da própria corporação desde 2001. Como resultado, foram identificadas sete policiais federais que foram beneficiados pelo esquema fraudulento. Segundo o delegado Rodrigues Alves, o afastamento deles já foi solicitado na Justiça.
Balanço - Ao todo, desde que a Operação Tormenta foi deflagrada 13 pessoas foram presas, sendo que dez delas permanecem nessa condição, entre elas um policial rodoviário federal. De acordo com o delegado Rodrigues Alves, é grande a possibilidade de novas prisões com o avanço das investigações. Já foram ainda tomados 248 depoimentos de candidatos, membros da organização criminosa e testemunhas.
O chefe da Operação Tormenta ressaltou ainda que o método desenvolvido pela PF identifica 'cirurgicamente' os envolvidos no esquema e que, por esse motivo, todos os concursos investigados estão preservados, não havendo risco de anulação das seleções.






0 comentários:

Postar um comentário

 
BlogBlogs.Com.Br